segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sinal de leitura do texto 06

Por: LUCIANA PATRÍCIA SILVA.

Bases teóricas para a aplicação

Um dos autores que é citado como base, foi o gênio polivalente, Peirce, que se dedicou as, mas diversas áreas da ciência.
A semiótica é uma das disciplinas que fazem parte da ampla arquitetura filosófica de Peirce alicerçada na fenomenologia, uma quase ciência, que investiga tudo que se apresenta a mente.
Essa quase ciência fornece as fundações para as três ciências normativas; estética, ética e lógica e, estas, fornecem as fundações para a meta física. Todas elas são disciplinas muito abstratas e gerais. A estética, ética e lógica são chamadas normativas porque tem por função estudar idéias, valores e normas. Que idéias guiam nossos sentimentos? Responder essa questão é tarefa da estética. Que idéias orientam nossa conduta? Esta é tarefa da ética. A lógica, por fim, estuda os ideais e normas que conduzem o pensamento.
A estética está na base da ética assim como a ética está na base da lógica. A lógica é a ciência das leis necessárias do pensamento e não há pensamento que possa se desenvolver apenas através de símbolos.
A gramática especulativa é o estudo de todos os tipos de signos e formas de pensamentos que eles possibilitam.
Esses tipos de argumentos são a abdução, a indução e a dedução. Por fim, tomando como base a validade e forca que são próprios de cada tipo de argumento.
A teoria semiótica nos permite penetrar no próprio movimento interno das mensagens. Entretanto, por ser uma teoria muito abstrata, a semiótica só nos, permite mapear o campo das linguagens nos vários aspectos gerais que se constituem, ela funciona como um mapa lógico que traça as linhas dos diferentes aspectos através dos quais, uma analise deve ser conduzida, mas não nos traz conhecimento especifico da história teoria e prática de um determinado processo de signos.
Entendemos por fenômeno, tudo aquilo, qualquer coisa que apareça à percepção da mente. A fenomenologia tem por função apresentar as categorias formais e universais dos modos como os fenômenos são apreendidos pela mente.
Os estudos levaram Peirce à conclusão de que há três, elementos formais e universais em todos os fenômenos que apresentam á percepção e à percepção e a mente, esses elementos foram chamados de primeiridade, secundidade e terceiridade. A primeridade aparece em tudo que estiver relacionado com o acaso, possibilidade, qualidade. A secundidade está ligada às idéias de dependência, determinação, e a terceiridade diz respeito à generalidade, continuidade. A forma mais simples da terceridade, segundo Peirce, manifesta no signo, visto que o signo é o primeiro, ligando um segundo, a um terceiro.
Em uma definição mais detalhada, o signo é qualquer coisa de qualquer espécie que representa outra coisa, chamada de objeto de signo, e que produz um efeito interpretativo em uma mente real ou potencial, efeito este que é chamado de interpretante do signo.
Tanto quanto o próprio signo, o objeto do signo também pode ser qualquer coisa de qualquer espécie. Essa “coisa” qualquer está na posição de objeto porque é representada pelo signo. O que define signo, objeto e interpretação, portanto, é a posição lógica que cada um desses três elementos ocupa no processo representativo. Não se pode esquecer de que a semiótica está alicerçada na fenomenologia.
Qualquer coisa que esteja presente à mente tem a natureza de um signo. Signo é aquilo que dá corpo ao pensamento, ás emoções, reações etc.
De tudo isso conclui que a fenomenologia peirceana fornece as bases para uma semiótica anti-racionalista, antiverbalista e indicamente original, visto que nos permite pensar também como alguns, como quase-signos fenômenos rebeldes, vagamente determinados, manifestando, ambigüidade e incerteza, ou ainda fenômeno irrepetiveis na sua singularidade.
Tal potencialidade é, de fato, o resultado da ligação muito intima da semiótica com a fenomenologia.
Se qualquer coisa pode ser um signo, o que é preciso haver nela para que possa funcionar como signo? Para Peirce, há três propriedades formais que lhes dão capacidade para funcionar como signo: sua mera qualidade, sua existência, quer dizer, o simples fato de existir, e seu caráter de lei. Pela qualidade tudo pode ser signo pela existência, tudo é signo, e pela lei, tudo deve ser signo. É por isso que tudo pode ser signo, sem deixar de ter suas outras propriedades.
Dependendo do fundamento do signo que está sendo considerada, será diferente a maneira como ele pode representar seu objeto, é três os tipos de relação que o signo pode ter com o objeto a que se aplica ou que denota. Ícone, índice e símbolo.
Um ícone é um signo que tem como fundamento um quali-signo. Ícones são quali- signos que se reportam a seus objetos por similaridade. Ele só pode sugerir ou evocar algo porque a qualidade que ele exibe se assemelha a outra qualidade.
O caso do índice é bem diferente do ícone, o que dá fundamental ao índice é sua existência concreta. Se no caso do ícone, não há distinção entre o fundamental e o objeto imediato, já no caso do índice essa distinção é importante. O objeto imediato do índice é a maneira como o índice é capaz de indicar aquele outro existente, seu objeto dinâmico, com o qual ele mantém uma conexão existencial. Todos os índices envolvem ícones, mas não é os ícones que os fazem funcionar como signos.
A ação do símbolo é bem mais complexa. Seu fundamento é um legi-signo, leis operam no modo condicional. Preenchidas determinações condições, a lei agirá.
O objetivo imediato do ícone é o modo como sua qualidade pode sugerir ou evocar outras qualidades. O objetivo imediato do índice é o modo particular pelo qual esse signo indica seu objetivo. O objetivo imediato do símbolo é o modo como o símbolo representa o objeto dinâmico. Enquanto o ícone sugere através de associações por semelhanças e o índice indica através de uma conexão de fato, existencial, o simbolo9 representa através de uma lei.
A teoria dos interpretantes de Peirce é um conjunto de conceitos que fazem uma verdadeira radiografia ou até uma microscopia de todos os passos através dos quais os processos interpretativos ocorrem. Antes de tudo, é preciso considerar que interpretante não quer dizer interprete. É algo mais amplo. O intérprete tem um lugar no processo interpretativo, mas este processo está além e vai além do intérprete. Logo, o primeiro nível do interpretante é chamado de interpretante imediato. É um interpretante interno ao signo, assim como o signo tem um objeto imediato, que lhe é interno, também tem um interpretante interno. Trata-se do potencial interpretativo do signo, de sua interpretabilidade ainda no nível abstrato em que esse potencial se efetive.

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