sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sinal de leitura
Texto: Bases Teóricas para a aplicação
Joseneide Santos Sena


Nesse texto Santaela apresenta a partir de estudos da obra de Peirce conceitos e definições importantes para entender a aplicação da teoria e do método semiótico, os processos de signos, a análise de mensagens e as situações comunicativas. O diálogo que a autora estabelece com o leitor e as exemplificações apresentadas favorecem para a compreensão dos assuntos abordados e permite fazer relações sobre o ato de conhecer de aprender, o processo que envolve o indivíduo e os objetos/signos.
A semiótica é alicerçada fenomenologia – uma quase ciência que investiga o modo como aprendemos qualquer coisa que aparece na nossa frente. Ela fornece as funções para as três ciências normativas: a estética – estuda as ideias que guiam nossos sentimentos; a ética – estuda os valores envolvidos nas nossas atitudes e a lógica – que estuda as normas, condições de verdade e a evolução do pensamento. Esses três conceitos se relacionam sendo que a estética esta na base da ética assim como a ética esta na base da lógica. Nesse sentido a semiótica se apresenta com tarefas diferentes se dividindo em três ramos:
Primeiro a partir da gramática especulativa que produz conceitos gerais dos signos e fornece as definições e classificações para a análise de todos os tipos de linguagem, signos, sinais, códigos etc.; segundo, é embase na lógica critica que tem como base diversas espécies de signos e estuda os tipos de inferência, raciocínio ou argumentos que se estruturam através de signos, e por último a metodêutica que tem como função analisar os métodos a que cada um dos tipos de raciocínio dá origem.
Essas três etapas de estudo são percursos metodológicos analíticos que permite compreender a natureza dos signos, que informação eles transmitem e que tipo de efeitos são capazes de provocar no receptor. Todavia para haver essa análise e necessário conhecer a história de um sistema de signos e do contexto sociocultural em que ele se situa. Os signos são analisados pelo interpretante através de elementos denominados como: primeiridade, se refere a tudo que se relacione com o acaso, secundidade esta ligada as ideias de dependência, e a terceiridade diz respeito a generalidade, crescimento e inteligência. Assim a definição peirceana do signo inclui três teorias: a da significação, a da objetivação e da interpretação.
Os signos (qualquer coisa de qualquer espécie que representa uma outra coisa chamada de objeto de signo, e que produz um efeito interpretativo em uma mente real ou potencial), necessitam ser fundamentadas em três propriedades que os capacitam: sua qualidade; sua existência; e seu caráter de lei. Elas podem operar juntas e estão sempre onipresentes em todos os fenômenos, tanto humanos como naturais.
Essas três propriedades podem representar o objeto de maneiras diferentes:
Quali-signo – uma qualidade que é um signo, e a relação com o objeto será um ícone, porque pode sugerir seu objeto através da similaridade da relação de semelhança através da imagem, diagrama e metáfora. O objeto imediato possui um caráter descritivo, o objeto dinâmico é um possível e o signo em si mesmo um abstrato;
Sin-signo – propriedade de existir que dá ao que existe o poder de funcionar como signo, a relação com o objeto será um índice, o objeto imediato é um designativo, e seu objeto dinâmico é uma ocorrência (coisa existente ou fato atual do passado ou futuro).
Legi-signo – quando algo tem propriedade de lei – A ação da lei é fazer com que o singular se conforme, se amolde à sua generalidade. A relação com o objeto será um símbolo, o objeto imediato tem a natureza de um copulante, e o objeto dinâmico é algo de caráter geral, um tipo, e o signo em si é um coletivo. Os signos segundo Peirce se constituem como tal, apenas, através do interpretante que também possui níveis diferentes, o interpretante imediato, o interpretante dinâmico e o interpretante final.

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