segunda-feira, 2 de agosto de 2010

SINAL DE LEITURA TEXTO 08

SINAL DE LEITURA DO TEXTO 08 Luciana patrícia silva


LINGUAGEM,PODER E DISCRIMINAÇÃO

A linguagem não é usada somente para veicular informação, o poder da palavra é o poder de mobilizar a autoridade acumulada pelo falante e concentrá-la num ato lingüístico, Todo ser humano tem que agir verbalmente, isto é tem que “saber”. A língua padrão é um sistema comunicativo ao alcance de uma parte reduzida dos integrantes de uma comunidade, A diferença política é um elemento fundamental para favorecer a diferenciação lingüística.
Os caracteres mais específicos do português foram acentuados talvez já no século XII. Foi com a emergência política e econômica de um determinado grupo que se começou a associar a uma variedade lingüística a comunicação escrita, foi um momento de reflexão e elaboração, pois escrever nunca foi e nunca será a mesma coisa que falar.
A maioria dos cidadãos não tem acesso ao código, apesar de declarados iguais perante a lei. As variedades lingüísticas associadas com a escrota passaram por um claro processo de “adequação” lexical e sintática, no qual o modelo era sempre o latim. O pensamento lingüístico grego apontou o caminho da elaboração ideológica de legitimação de uma variedade lingüística de prestígio.
No contexto da colonização entre Portugal e Espanha, é explicável o começo de se elaborar a língua portuguesa, para se elevá-la e ordená-la nos moldes gramaticais.
A legitimação é um processo que tem como componente essencial a criação de mitos de origem, e a língua dos gramáticos é um produto elaborado que tem a função de ser uma norma imposta sobre a diversidade.
A linguagem pode ser usada também para impedir a comunicação de informação para grandes setores da população, pois na sociedade em que vivemos é necessário, nem que seja o mínimo de conhecimento sócio- político, para poder ter um acesso qualquer à compreensão e à produção de mensagens de nível sócio- político. A função central de todas as línguas especiais é social, elas têm um real valor de comunicação, mas acaba excluindo quem não faz parte do grupo. Típicas linguagens especiais são as gírias.
A difusão da educação em geral e do conhecimento da variedade lingüística de mais prestigio, que é um projeto altamente democrático, é ao mesmo tempo discriminatório e padronizado da língua, aonde vão aumentando o controle do estado sobre os grupos sociais que mantém poucos contatos com a variedade padrão da língua.
Para Gramsci a sociedade lingüística Nacional é constituída pela articulação dos dois tipos de gramáticas normativas, a primeira a gramática normativa não escrita que é a expressão da sociedade civil, e a gramática normativa escrita, que é sempre uma escolha cultural, isto é, sempre um ato de política cultural-nacional.