segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sinal de Leitura Texto 07

A linguagem nos processos sociais de constituição da subjetividade .

Valter Filho
Vandeilton Trindade

VAL, Maria das Graças & ROCHA, Gladys . (Org.) Reflexões sobre práticas escolares de produção de texto: o sujeito autor. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

O texto discorre uma abordagem reflexiva e de cunho subjetivo, referindo-se a sujeito e cidadania. Falar de sujeito é falar de pessoas, de gente. Como exercer a cidadania sem ser cidadão? É inegável falar de sujeitos sem falar de cidadania. O exercício da cidadania pressupõe a concepção e /ou noção de sujeito. A forma pela qual o sujeito comporta, implica no convívio. Neste sentido percebe-se que a linguagem é fator constitutivo em que o sujeito conceberá através deste convívio/ relações sociais. O que o sujeito é ou deixa de ser remete-nos a pensar a constituição desta linguagem que é algo construído a partir destas relações.
A discussão que os autores trazem de Bakhtin do mundo ético e o mundo estético debruça numa relação dialógica, em que as diferenças permeiam como fator fundamental desta conexão entre a ética e a estética. Se tratando de diferença num mundo globalizado e uma sociedade que visa a ótica da estética, é contundente falar de ética (numa visão social). A ética como fundamento do convívio social e humanístico, faz-se necessário discuti-la e trazer para o seio social, como fonte norteadora de princípios. Nesta ótica, o herói e o autor são dois universos que cada um com suas peculiaridades apresentam a diferença com visões diferentes. Enquanto o herói é visto como uma obra em que é baseado na suposição de acabamento, o autor modifica as peculiaridades de um herói, seus traços, seu modo, os acontecimentos da vida, sentimentos. Desta forma vê-se que o autor é o autor de tudo, se referindo ao herói. A linguagem, ela é estabilizada como um produto significante, uma vez que segundo Kramer é uma atividade psíquica constituindo a consciência, porque é uma expressão de signo (...), (1994, p.107). Partindo desse pressuposto, entende-se que este procedimento personifica o sentido como um artifício cultural. Sendo assim, dar a entender que as experiências vividas nas relações sociais são vistas como espaços de confrontos, desejos, pensamentos, fantasias, imaginação, conflitos etc. Se o pensamento de Kramer atravessa essa vertente de rotatividade empírica, pode-se considerar a consciência em constante mutação. E nesta trajetória, a interação do homem com outros homens, desemboca num patamar de desafios, em que o próprio homem é desafiado em construir compreensões do mundo vivido. Isso por que o homem não é capaz de construir uma única compreensão em um mundo só. E se ele tem varias compreensões, é preciso ter varias linguagens para adaptar-se ao convívio social, caso contrario, ele será isolado.
É inquestionável a singularidade de cada sujeito, no entanto se tratando das relações com o outro, muitas vezes as singularidades passam ser convencional. Quando refiro-me a convencional, advém da idéia de convívio. O convívio com o outro em que é preciso dividir o mesmo espaço. E se tratando de espaço, em que estamos exercendo a mesma cidadania, pressupõe-se a idéia de cidade, lugar de conflitos com o outro, e é exatamente nestes espaços de convívio social que se processa a educação, baseados no pensamento bakhtiniano. A partir dessa vicissitude dos sujeitos, dos marcos históricos, da natureza, que o sistema educacional desperta a necessidade de um olhar cuidadoso e revisitado.

6 comentários:

  1. Boa noite!!

    É isso aí... bem complexa essa reflexão sobre linguagem e subjetividade. O autor tem dominio do todo do herói, quando determina um inicio, um meio e um fim - mas, os espectadores sempre fazem novas ptojeções que acabam modificando o herói. No entanto, o autor não tem dominio de si próprio, pois sempre haverá o outro que o lê de perspectivas particulares, subjetivas...

    É para pensar mesmo...

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  2. Sinal de Leitura do Texto 07


    A Linguagem nos processos sociais de constituição da subjetividade
    João Wanderley Geraldi


    O texto inicia-se abordando a relação entre o mundo da ética e o mundo da estética, tendo por fundamento a alteridade.
    Para estudar essa relação, Bakhtin põe em foco o fenômeno humano e sua compreensão vez que o mundo ético é o mundo da vida, entretanto esta vida passa ser vivida esteticamente.
    Fala sobre o “excedente de visão” em que o outro nos ver, mais profundamente do que nós mesmos. Isto mostra-nos que somos incompletos e constitui o outro como o único lugar possível de uma completude impossível.
    A experiência dos outros, mesmo partindo de nós não é inacessível e por ser inacessível mobiliza o desejo de completude.
    Para o autor a linguagem é trabalho e produto do trabalho, ocorrido isso para os homens se desenvolver inicialmente as relações extratextuais é de fundamental importância. Pela linguagem o ser humano expressa os seus desejos, paixões, construções, etc.
    Segundo Bakhtin, no mundo da vida “calculamos”, a todo instante com base na memória do futuro desejado, as possibilidades de ação no presente. A todo momento o futuro é repensado, refeito e neste lugar desterritorializado, sempre mutável o sujeito se situa para analisar o presente ocorrido e nos limitas a suas condições dos instrumentos disponíveis, construídos pela herança cultural que a partir do presente somos reconstruídos, modificados, abandonados ou até mesmo recriados, para possível solução das possibilidades de ação.
    Quando o autor aborda a transmissão do conhecido e a atenção ao acontecido, o mesmo relata que os seres humanos são instáveis e a partir desta condição é que os processos educacionais podem ser revisitados, fomentando que a educação tem por objetivo transmitir as experiências do passado às novas gerações. A sociedade em que vivemos esta cada vez mais excludente globalizando para excluir. E assim sendo, é cada vez menor o número de sujeitos considerados competentes.
    No tópico cidade das exclusões o autor relata a importância da conquista humana ao dominar a técnica da escrita salientando que a mesma alarga os horizontes de nossa consciência. Assim, a escrita emergiu historicamente como o espaço da ordem e do limite dos sentidos, projetando dirigir a mutante vida dos homens e dos signos.
    Assim sendo, o texto nos leva a ter uma compreensão sobre a constituição da linguagem, como instrumento constitutivo do exercício da cidadania e da subjetividade do sujeito. Pela linguagem os indivíduos expressam seis desejos, seus sonhos, paixões e construções.
    As nossas possibilidades de ser melhor ou menos capacitados é em decorrência de sermos seres instáveis. Dessa forma, compreendemos que a partir do processo de socialização com o outro nos constituímos a linguagem que é a fonte geradora da comunicação entre o s seres humanos numa sociedade onde a emergência é de um mundo cada vez mais globalizado.

    _____________________
    Célia Regina S. Bomfim Graduanda 7º período do Curso de Pedagogia
    UNEB - Valença-BA

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Universidade do Estado da Bahia – UNEB
    Departamento de Educação- Campus XV
    Turno: Noturno
    Semestre: VII período
    Discentes: Ana Cristina de Jesus Pimenta




    VAL, Maria das Graças & ROCHA, Gladys, (org.) Reflexões sobre práticas escolares de produção de texto: o sujeito autor: São Paulo. Martins Fontes,1994.



    Texto 07:

    A LINGUAGEM NOS PROCESSOS SOCIAIS DE CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE.
    João Wanderley Geraldi



    No texto Bakhin faz uma ligação entre o mundo ético e estético extraído conceitos os quais serve como linguagem constitutiva da subjetividade. Para ele a vida é um mundo ético, mesmo a vivida podendo ser vista esteticamente. A construção lingüística é construída a partir do contato com o outro e da experiência do sujeito, sendo a linguagem trabalho e produto do trabalho.

    Bakhin afirma que através das relações e influências são de grande relevância para a construção do sujeito, pois essas informações são fontes de outros sujeitos, são palavras, signos. Com isso a relação com o outro faz parte da construção linguística de cada ser humano, linguagens essas construídas através de repetições até chegar o ponto do individuo construir suas próprias idéias, a ponto de se tornar um ser subjetivo. Bakhin a vida é calculada a todo o momento, pois a todo instante o futuro é repensado, refeito, onde o sujeito situa-se para viver o presente vivido.

    A educação oferece os individuo transmissão de conhecimento, através de uma linguagem mais formal, transmitindo valores, saberes e conhecimentos tendo as atividades pedagógicas existência perante a sociedade, a partir do momento que ela projeta a sociedade futura, tendo os fundamentos sustentados no passado, ou seja, os indivíduos apenas resgatam do passado aquilo que para si são o melhor ou o que a sociedade dita ser o melhor.

    A formação da linguagem do ser humano devem do convívio do outro, assim também ocorre na educação, onde o sujeito aprende com o outro e com o passado tentando resgatar os sonhos, na descoberta de novos horizontes. A sociedade projeta o sujeito a ser cada vez mais sujeito de se próprio, tornando os livres, assim funciona a escola um instrumento da construção do novo, do paradigmático, do ser único, das diversas linguagens que podem ser interpretadas de várias formas dependendo do momento em que a sociedade vive.

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  5. Universidade do Estado da Bahia – UNEB
    Departamento de Educação- Campus XV
    Turno: Noturno
    Semestre: VII período
    Discentes: Ana Cristina de Jesus Pimenta




    VAL, Maria das Graças & ROCHA, Gladys, (org.) Reflexões sobre práticas escolares de produção de texto: o sujeito autor: São Paulo. Martins Fontes,1994.



    Texto 07:

    A LINGUAGEM NOS PROCESSOS SOCIAIS DE CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE.
    João Wanderley Geraldi



    No texto Bakhin faz uma ligação entre o mundo ético e estético extraído conceitos os quais serve como linguagem constitutiva da subjetividade. Para ele a vida é um mundo ético, mesmo a vivida podendo ser vista esteticamente. A construção lingüística é construída a partir do contato com o outro e da experiência do sujeito, sendo a linguagem trabalho e produto do trabalho.

    Bakhin afirma que através das relações e influências são de grande relevância para a construção do sujeito, pois essas informações são fontes de outros sujeitos, são palavras, signos. Com isso a relação com o outro faz parte da construção linguística de cada ser humano, linguagens essas construídas através de repetições até chegar o ponto do individuo construir suas próprias idéias, a ponto de se tornar um ser subjetivo. Bakhin a vida é calculada a todo o momento, pois a todo instante o futuro é repensado, refeito, onde o sujeito situa-se para viver o presente vivido.

    A educação oferece os individuo transmissão de conhecimento, através de uma linguagem mais formal, transmitindo valores, saberes e conhecimentos tendo as atividades pedagógicas existência perante a sociedade, a partir do momento que ela projeta a sociedade futura, tendo os fundamentos sustentados no passado, ou seja, os indivíduos apenas resgatam do passado aquilo que para si são o melhor ou o que a sociedade dita ser o melhor.

    A formação da linguagem do ser humano devem do convívio do outro, assim também ocorre na educação, onde o sujeito aprende com o outro e com o passado tentando resgatar os sonhos, na descoberta de novos horizontes. A sociedade projeta o sujeito a ser cada vez mais sujeito de se próprio, tornando os livres, assim funciona a escola um instrumento da construção do novo, do paradigmático, do ser único, das diversas linguagens que podem ser interpretadas de várias formas dependendo do momento em que a sociedade vive.

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  6. A relação entre o uso da linguagem e o exercício da soberania é alvo de estudos e pesquisas. Esse interesse se prende, por um lado, as problematizações que a lingüística tem apresentado com respeito à concepção, ensino e aprendizagem da língua, e por outro lado, à tomada de consciência como cidadãos por expressivos segmentos populares.
    Assim, se concebemos que o homem se constitui pela interação com outros homens e nesse interagir ele produz cultura, então, para nós, cultura não é algo pronto, definitivo. É algo que se faz, se constrói a cada relação. Da mesma forma, a linguagem, que é uma manifestação cultural, é algo que nós, falantes, produzimos o cada momento, de acordo com nossas necessidades.

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